A Tabu, fabricante mundial de folheados naturais tingidos e multilaminados, é sinónimo de excelência italiana em tingimento de madeira. Fundada em 1927, em Cantù, pela família Tagliabue, é um "alfaiate da madeira" que desenvolve tecnologia de tingimento aplicada a dezenas de espécies de madeira.

Há vários anos que a empresa enveredou por uma via de sustentabilidade, comprometendo-se a reduzir o seu impacto ambiental sem comprometer o crescimento da sua produção e a qualidade dos seus produtos.

A inovação, a sustentabilidade e a personalização são aspetos fundamentais para o setor da subcontratação. Para saber mais sobre as estratégias da empresa, falámos com o Dr. Andrea Tagliabue, Vice-Presidente da Tabu.

A inovação esteve presente em todos os setores presentes na última Sicam, demonstrando o grande trabalho de investigação realizado pelas empresas do setor da subcontratação para desenvolver novos produtos e estudar novos processos.

A inovação faz parte do ADN da Tabu. Continuamos a explorar novas possibilidades a vários níveis, desde a procura clássica de novos produtos até à mais exasperada contaminação criativa, tudo isto no pleno respeito pela sustentabilidade ambiental.

As inovadoras facetas Tabu reFIGURED®

As novas tecnologias oferecem soluções tridimensionais em vários domínios de aplicação, nomeadamente na área das superfícies. Como é que a Tabu responde a esta nova tecnologia?

Fomos pioneiros na introdução de folheados tridimensionais no mercado com a gama Groovy, criando uma verdadeira nova tendência e oferecendo uma alternativa ao clássico painel fresado. A proposta de folheado tridimensional foi complementada ao longo do tempo com artigos especiais dos vencedores do nosso concurso internacional Ideas For Wood.

A Tabu, na vanguarda da abordagem à sustentabilidade, é a primeira empresa italiana do setor da madeira a declarar o impacto ambiental dos seus processos de produção e a compensar totalmente as emissões de CO₂ com investimentos em projetos de desenvolvimento de energias renováveis. Quais são as suas realizações e objetivos?

A concretização das atividades ECG e a implementação de todas as medidas viáveis para uma estratégia real e organizada de respeito pelo ambiente são atividades que a Tabu tem vindo a desenvolver há muitos anos, para além das certificações FSC e PEFC e de uma organização da produção orientada para a reciclagem. Há dois anos que publicamos o Relatório de Sustentabilidade, antes das obrigações do setor, o qual é seguido por uma equipa interna de gestores de sustentabilidade com consultores externos especializados que certificam as atividades e os resultados. O nosso empenho neste sentido faz de nós um "setor de tendência", levando-nos a aumentar anualmente o nosso empenho e investimento em formação, certificação e Análise de Ciclo de Vida (ACV).

Uma etapa do processo de produção: a descamação.

A personalização é uma tendência muito forte, não só presente no Salão do Móvel de Milão e, consequentemente, no produto acabado, mas também na Sicam. Um produto que se exprime através de acabamentos, texturas, cores e produtos feitos à medida.

A flexibilidade de produção e a capacidade de responder às solicitações dos designers e dos centros de estilo formaram-nos ao longo do tempo para estarmos sempre prontos e estruturados para produtos personalizados, o que também é uma vantagem importante para a Tabu. Para nós, não há muita diferença entre trabalhar em produtos de coleção ou produtos personalizados.

Os últimos dados económicos não são certamente animadores; de facto, todos os setores apresentam sinais negativos ou, na melhor das hipóteses, indicam um “otimismo cauteloso” em relação ao futuro. A sua análise do mercado e os possíveis cenários futuros.

As recentes situações socioeconómicas mundiais (desde a pandemia de coronavírus até às várias guerras) obrigaram-nos a nunca considerar cenários macroeconómicos tidos como garantidos ou planeados há muito tempo; temos de estar preparados para responder a mercados que parem subitamente e para aproveitar oportunidades inesperadas. Certamente, a cautela e a flexibilidade serão fundamentais no próximo ano, porque existem muitas incertezas e as nações que impulsionaram a indústria de mobiliário Made in Italy durante anos não estão a ter um desempenho tão bom quanto seria esperado.

Tendo em conta a eleição de Trump como Presidente dos EUA, quais são as repercussões económicas para a cadeia de fornecimento de mobiliário de madeira?

As políticas do Presidente Trump também não são muito claras. Se, por um lado, esperamos que os direitos aduaneiros protejam a cadeia de produção/distribuição americana, por outro, poderiam ser criados acordos comerciais específicos para equilibrar o sistema de importação/exportação com a Europa. Estamos todos a observar atentamente para avaliar o desenrolar da situação, mas não temos certamente grandes expectativas em relação às políticas ambientais do novo executivo. No entanto, isso poderá ser decisivo precisamente para as empresas italianas que estão a prosperar.

Incrustações temáticas “Floresta” no stand da Tabu, Salone del Mobile Milão 2024