Os relatórios de investigação do CSIL, o Centro de Estudos da Indústria Ligeira, foram concebidos para responder a várias necessidades de investigação, oferecendo análises detalhadas dos sectores do mobiliário e da iluminação nos principais mercados mundiais. Entre os últimos lançamentos estão o relatório “Top 200 Furniture Manufacturers Worldwide”, resultado do extenso trabalho de investigação do CSIL para identificar e comparar os maiores fabricantes de mobiliário do mundo, “The World Office Furniture Industry”, que indica as perspectivas para a indústria de mobiliário de escritório, e “Lighting: World Market Outlook for LEDs and Lighting Fixtures”, que afirma que o mercado global de iluminação irá recuperar em 2025 e registar taxas de crescimento mais elevadas a partir de 2026.

Dois outros relatórios muito interessantes da Csil, publicados recentemente, são o “The Furniture Industry in Europe” e o “World Furniture Outlook 2025”, que analisamos aqui.

The Furniture Industry in Europe

O relatório CSIL “A Indústria do Mobiliário na Europa” (em inglês) oferece estatísticas e indicadores úteis para analisar a indústria europeia do mobiliário: tendências históricas, potencial de mercado e previsões, dados por segmento, factores que influenciam a competitividade, principais fabricantes com mais de 2400 perfis curtos. 

O relatório confirma que a Europa mantém um papel fundamental na indústria mundial do mobiliário, em termos de produção, consumo e comércio internacional.

Com um valor de aproximadamente 106 mil milhões de euros (mais de um quarto do mercado mundial), a Europa é, de facto, o segundo maior mercado de mobiliário do mundo, desempenhando um papel fundamental em termos de produção, dimensão do mercado e comércio mundial de mobiliário. Apesar das dificuldades sentidas em 2023-2024, o sector demonstrou resiliência, mantendo-se acima dos níveis pré-pandémicos graças a um elevado grau de integração e concentração do mercado. Dominado por grandes cadeias de retalho e fabricantes activos à escala europeia, o mercado beneficia de uma forte coesão interna e de uma rede comercial estruturada. Esta solidez não só assegura a estabilidade, como também favorece uma concentração significativa dos fluxos de exportação e de importação na região. A Europa continua também a distinguir-se pela sua abertura aos mercados mundiais, confirmando um papel proactivo no comércio internacional.

O Relatório CSIL prevê uma estagnação da procura de mobiliário em 2025, com sinais de uma recuperação gradual a médio prazo.

World Furniture Outlook 2025 

A principal publicação da CSIL, o relatório “World Furniture Outlook 2025”, agora na sua 26ª edição, fornece uma visão geral das tendências globais da indústria de mobiliário para uma análise do estado atual e das perspectivas do mercado mundial de mobiliário. Esta pesquisa em inglês, publicada duas vezes por ano (em julho e novembro), analisa a indústria do mobiliário com dados sobre as tendências do mercado global, séries cronológicas de dados básicos (produção, consumo, importações, exportações de mobiliário de 2015 a 2024), indicadores macroeconómicos e perspectivas de mercado para os anos 2025 e 2026, destacando a dinâmica por área e fornecendo dados para 100 países.

Evolução das perspectivas futuras

A última edição do relatório CSIL “World Furniture Outlook” confirma as dificuldades que a indústria global do mobiliário está a enfrentar. Embora os dados preliminares da CSIL para 2024 mostrem um ligeiro aumento no comércio internacional de mobiliário, as perspectivas futuras são negativamente afectadas pela agenda protecionista da nova administração dos EUA.

A produção global de mobiliário em 2024 ascende a 471 mil milhões de dólares, o mesmo que em 2023, abaixo de 2022. Embora tenha havido uma melhoria gradual das operações da cadeia de abastecimento e da dinâmica de preços no sector, a situação ainda está longe de estar totalmente normalizada. O clima geopolítico continua a criar uma incerteza considerável no panorama mundial.

Em 2024, a China continuou a ser o principal produtor e exportador de mobiliário, representando mais de um terço do total das exportações, seguida à distância pelo Vietname, Polónia, Itália e Alemanha.

Os principais importadores de mobiliário são os Estados Unidos, a Alemanha, o Reino Unido, a França e o Canadá. No seu conjunto, estes países representam quase metade do total das importações.

Após a diminuição em 2023, os dados preliminares para 2024 mostram um aumento modesto das importações de mobiliário nos EUA, enquanto a tendência nos países europeus ainda não mudou para um maior consumo e importações, uma vez que as perspectivas económicas e sociais permanecem incertas.

Políticas de near-sourcing

Uma percentagem considerável do comércio internacional de mobiliário é realizada nas regiões económicas em que a economia mundial pode ser dividida. Na União Europeia (27) mais o Reino Unido, a Noruega, a Suíça e a Islândia, cerca de três quartos do comércio externo de mobiliário tem lugar na mesma região, enquanto percentagens mais pequenas, mas crescentes, do comércio têm lugar na Ásia e na América do Norte. Globalmente, o comércio intra-regional representa cerca de 60% do comércio mundial de mobiliário, o que representa um aumento em relação aos últimos anos. Esta situação deve-se ao aparecimento de políticas de “near-sourcing” e, se forem introduzidas medidas proteccionistas, esta tendência poderá tornar-se ainda mais acentuada.

Previsões orientadas para a baixa

O relatório CSIL “World Furniture Outlook 2025” prevê um crescimento do PIB mundial de 3,2 em 2024 e 2025 e de 3,3 em 2026, com as economias emergentes e em desenvolvimento a crescerem muito mais rapidamente do que as economias avançadas. Os riscos de abrandamento resultam de preocupações com uma escalada dos conflitos regionais, um possível novo abrandamento do crescimento económico da China, o aumento das tensões geopolíticas e as incertezas nas decisões de política económica, com o potencial aumento das medidas proteccionistas. Em geral, os numerosos desafios que afectam as economias globais influenciaram negativamente o sector do mobiliário, afectando tanto o comércio internacional como os mercados locais. Prevê-se que o consumo de mobiliário aumente 1,4% em 2025 em termos reais, embora estas previsões tendam para um declínio substancial devido aos problemas que mencionámos.