- 12/01/2022
- Economia e Marketing
No dia 30 de novembro foi realizada a primeira edição virtual do Seminário "World Furniture Outlook" da CSIL, que contou com a participação de cerca de 300 profissionais de móveis em conexão de mais de 50 países ao redor do mundo. Este ano, os especialistas da CSIL apresentaram não apenas o último relatório sobre o setor de móveis para 2022 em todo o mundo, mas também focaram a atenção em setores individuais, como móveis de cozinha, móveis de escritório, móveis estofados e colchões.
Por fim, os principais pontos que emergiram no Seminário foram quatro: em primeiro lugar, um contexto positivo de procura determinado pela importância dos bens ligados ao lar e pelas necessidades dos consumidores de conforto e reorganização dos espaços. No que diz respeito ao desenvolvimento de produtos, surgiu uma procura por produtos inteligentes, multifuncionais, personalizáveis, que utilizem materiais inovadores, sustentáveis e em nome da economia circular.
Outro ponto a destacar é a transformação do retalho com a presença atual de múltiplos canais de distribuição, online e offline, para o qual será cada vez mais necessário repensar a abordagem de distribuição das empresas. E, finalmente, as estratégias das empresas em evolução que terão que enfrentar incertezas e flutuações de preços, cooperação e competição ao longo da cadeia de valor.
World Furniture Outlook 2022: previsões positivas
Alessandra Tracogna, Sócia Sênior da Csil, ilustrou o World Furniture Outlook 2022. Segundo dados da CSIL, a indústria moveleira dobrou seu volume entre 2000 e 2021, atingindo um volume mundial de aproximadamente 500 milhões de dólares, que será superado em 2022. O mercado global de móveis começou a crescer novamente em 2021, com valores de consumo bem acima dos da pré-pandemia. A pandemia teve um efeito muito limitado no mercado do mobiliário, provavelmente devido ao facto de a experiência de lockdown ter realçado a importância da casa, que adquiriu uma nova centralidade tanto para viver como para trabalhar.
Cerca de um terço da produção mundial de móveis é destinada à exportação. As exportações têm sido um importante motor de crescimento do setor nos últimos anos e as importações também continuam a crescer. Em 2021, o comércio internacional de móveis retornou ao crescimento de dois dígitos.O principal país exportador é a China, seguida do Vietnã, Polônia, Alemanha e Itália e dados preliminares para 2021 mostram um crescimento nas exportações de móveis para todos esses países. A Itália, onde o consumo de móveis cresceu dois dígitos, também mostra uma clara recuperação.
No geral, para 2022 e 2023 as previsões do CSIL sobre o consumo mundial no setor são positivas: para o mundo como um todo (100 países) espera-se em 2022 um crescimento no consumo de móveis de cerca de 4% (em termos reais). Entre os grandes mercados (mais de 5 bilhões de dólares de consumo de móveis), os países que devem ter a maior recuperação no crescimento do consumo de móveis são os da Europa e da Ásia.
Mercado mundial de colchões: a evolução dos padrões de consumo
Giulia Taveggia, sócia da CSIL, focou sua apresentação no mercado mundial de colchões, um grande mercado que chega a quase 30 bilhões de dólares.
Ao longo de uma perspectiva de dez anos, o consumo de colchões tem crescido globalmente, impulsionado em particular por um forte aumento na área da Ásia-Pacífico (principalmente China e Índia). Esta área é hoje o principal consumidor com um peso de 40% no mercado mundial e o maior crescimento no consumo per capita.
Olhando para as tendências mais recentes, o impacto negativo do Covid no setor de colchões tem sido muito menor do que nos outros setores. Isso se deve a duas peculiaridades do mercado de colchões: a primeira diz respeito ao aumento da atenção das pessoas para a qualidade do sono, uma tendência que vem crescendo nos últimos anos, A segunda é devido aos canais de vendas on-line que viram um rápido aumento durante a pandemia.
Segundo dados da CSIL, o canal online representa 20% do mercado de colchões. Os Estados Unidos são o maior mercado de vendas online de colchões, o dobro do mercado chinês que é o segundo maior mercado, mas com menor incidência de vendas online. Segue-se a Europa, que representa cerca de 15% do mercado mundial de colchões online, com a Alemanha e o Reino Unido na liderança.
O mercado de estofados: personalizável e confortável
O mercado de estofados foi analisado por Matteo Grigolini, sócio da CSIL, que destacou como esse setor vale cerca de 70 bilhões de dólares. O mercado mais importante é o da Ásia-Pacífico, seguido pela América do Norte e Europa.
No que diz respeito às tendências, o mobiliário estofado é cada vez mais procurado por produtos sustentáveis para responder aos desafios globais, inteligentes ou capazes de se adaptar às diferentes necessidades dos consumidores, versáteis e personalizáveis e, cada vez mais importante, extremamente confortáveis.
O mercado de cozinhas: dados mais do que positivos
A palavra foi então passada para Aurélio Volpe, Sócio Fundador da Csil, que apresentou seu Relatório sobre o mercado de móveis de cozinha.
O consumo mundial de móveis de cozinha (estimado a preços de produção, excluindo sobretaxas) foi de US$ 55 bilhões em 2020. A estimativa preliminar da Csil para o ano de 2021 mostra forte recuperação, de 5,9%; cerca de 2,4 milhões de cozinhas foram exportadas no ano de 2020. Olhando para o ranking dos principais países exportadores, a Itália ocupa a segunda posição enquanto a China está em terceiro lugar.O Canadá passa da quarta para a sexta posição, a Malásia da quinta para a quarta, enquanto o Vietnã ganha dois lugares e sobe para o quinto lugar. A Alemanha continua a ser de longe o principal exportador mundial de móveis de cozinha, exportando 2,4 bilhões de dólares em móveis de cozinha em 2020. Em 2021, espera-se que o comércio internacional de móveis de cozinha cresça +6,2%.
No período 2012-2024, o consumo mundial de móveis de cozinha deverá crescer de 22 para cerca de 30 milhões de unidades. Espera-se que o crescimento do comércio mundial de móveis de cozinha seja mais rápido do que o consumo mundial geral de móveis de cozinha.
Mobiliário de escritório: rumo a um mercado B2C
Mauro Spinelli, sócio sênior da Csil, encerrou o grupo de palestrantes com uma análise sobre o mercado de móveis para escritório. Em 2021, o mercado mundial de móveis de escritório aumentou para um valor de aproximadamente US$ 50 bilhões, o que significa um aumento de + 10% a preços atuais em relação ao ano anterior. Os EUA estão se recuperando mais lentamente do que a média, enquanto os mercados europeu e da Ásia-Pacífico estão experimentando uma recuperação maior.
A demanda potencial por móveis de escritório ainda é limitada devido às baixas taxas de ocupação de escritórios e ao alto nível de atividade de trabalho inteligente.Esta situação levou a uma redefinição da procura dos clientes e consequentemente dos produtos e da abordagem ao mercado. Em poucos meses, de um mercado B2B passamos para um mercado B2C; esse é um dos principais efeitos da pandemia no setor de móveis para escritório.
Especificamente, notamos uma crescente demanda por mesas de home office, especialmente ajustáveis em altura, bem como móveis flexíveis e nômades que permitem que elas se encaixem bem no espaço doméstico. Juntamente com a demanda por móveis, a demanda por tecnologias também está aumentando para tornar a casa mais adequada ao trabalho inteligente. As previsões da CSIL sobre o crescimento da demanda mundial por móveis de escritório em 2022 são, no entanto, positivas.